“Luta Antimanicomial” é tema de palestra do CAPS


CAPS de São João Nepomuceno leva assistidos e convidados para um evento de informações, apresentações e fortes emoções

Um encontro realizado pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Heleno de Freitas de São João Nepomuceno no dia 19 de maio, e como convidados, a comunidade, assistidos e autoridades para um evento com a palestra da professora universitária e enfermeira juizforana Graziela Lonardorni de Paula para uma reflexão sobre o tema.
Graziela também é mestre em Ciências da Saúde e da Enfermagem agradeceu a presença dos convidados e lembrou quando trabalhou na Policlínica dessa cidade, no início dos anos 2000, pelo período de dois anos, antes de começar a dar aulas na universidade.

Professora Graziela e a coordenadora do CAPS-SJN, Caroline Vidal
Antes da palestra, um momento de rara beleza e emoção com os assistidos do CAPS-SJN em uma apresentação musical de “Como é grande o meu amor por você”, “Asa Branca’ e ao término do encontro eles retornaram para cantar “Pais e Filhos” de Legião Urbana e os assistidos, Kiko e Leandro Alves Starling recitaram poesias autorais. 

A palestrante iniciou sua fala com uma introdução histórica da trajetória das pessoas consideradas “loucas”, ou seja, que tenham doenças mentais.Graziela explicou que quem mostrava um comportamento considerado diferente pela sociedade, passava a receber um tratamento de rejeição, eram excluídas e diferenciadas desde a antiguidade. Fez um parâmetro da linha histórica, a evolução das épocas (Idade Média, Renascimento, Modernidade, o capitalismo, os séculos XIX, XX e as mudanças da atualidade com os direitos adquiridos devido a Constituição de 1988, Declaração Universal dos Direitos Humanos, as Nações Unidas e a lei da Reforma Psiquiátrica nº 10.216 de 2001. 

Entre os assuntos, as crueldades aos internos de Hospitais Psiquiátricos, hospícios e manicômios como forma de afastar pessoas no qual a sociedade julgava como problemáticas (loucos, prostitutas, negros, pobres, mães solteiras e mendigos) e a violação dos Direitos Civis, Sociais, Políticos e Humanos. 

Equipe CAPS - São João Nepomuceno
Os avanços da tecnologia e os diagnósticos da doença mental. Os cuidados e a humanização (carinho, entendimento, relacionamento). A Bioética que impõe limites nas pesquisas com seres humanos, respeitando e disponibilizando um conselho de ética para defender e proteger a humanidade. 

Apresentação dos assistidos do CAPS
“A partir da Bioética temos o surgimento do dia nacional antimanicomial em 1987, num Congresso de Trabalhadores e Servidores da Saúde Mental, na cidade de Bauru (SP). De lá, começaram a organizar e mostrar a importância de evoluir o tratamento, mas com a colaboração da sociedade, dos governos, enfim, de toda a esfera social. Porque não adiantava naquele momento fechar os manicômios sem um trabalho externo para receber, conviver e aceitar os internos”, explicou Graziela. 

No final do evento, a coordenadora do CAPS-SJN, Caroline Vidal homenageou e agradeceu funcionários do Centro, colaboradores do trabalho e o apoio da população são-joanense. 

 VÍDEO DA APRESENTAÇÃO

Por Márcio Sabones
Fotos e vídeos: Márcio Sabones

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